De seus dentes em roda o susto habita;
Vê-se a morte assentada
Dentro em sua garganta, se descerra
A bôca affogueada:
Qual duro arnez de intrepido guerreiro
É seu dorso escamoso;
Como os ultimos ais de um moribundo
Seu grito lamentoso:
Fumo e fogo respira quando irado;
Porém, se Deus mandou,
Qual do norte impellida a nuvem passa,
Assim elle passou!
Teu nome ousei cantar! — Perdoa, oh Nume;
Perdoa ao teu cantor!
Dignos de ti não são meus frouxos hymnos,
Mas são hymnos de amor.
Embora vís hypocritas te pintem
Qual barbaro tyranno:
Mentem, por dominar com ferreo sceptro
O vulgo cego e insano.
Quem os crê é um ímpio! Receiar-te
É maldizer-te, oh Deus;
É o throno dos despotas da terra
Ir collocar nos céus.