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— “D’onde vem tão altiloquo berreiro ?
“Será briga hyperbolica em terreiro ?
“Já não ha liberdade n’esta caza,
“Que a palavra garanta a quem se emprasa
“De a verdade dizer, em prol da patria,
“Quaes Crispados impólutos da Bactria?!

“Do tumido Zambeze auras implora
“O Tantalo crucifero, e devora
“Em rábida, sangrenta e feroz lida
“Fatidicos horóscopos da vida !...
“Attonitos, em flosculos unidos,
“De trágicos saráos espavoridos,
“Titânicos heroes, de impafia illesos,
“Por ignias hecatombes indefesos,
“Jámais de Alli-Pachá soffreram corte,
“Ou Cérbero bimano-atro Mavorte !

“Oh ! porque, nos desertos de Bragança,
“Não morreste, Payão, de mal-de-pança ? !„

—A palavra não t.em o bom Corrêa !...—
Este a fronte enrugou; fez cara feia...

—Foi á parte, exclamou o Valadão;
Quem está com a palavra é o Payão...—

—O á parte o discurso favorece;
E, segundo Passaglia, é como a prece...—

—Dê de mão á sagrada theologia,
Ordena o Presidente.
—Ave, Maria !...

Retumba a confusão de novamente,
A campana sacode o Presidente,