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A RODRIGUES DOS SANTOS
I


Saudai-o agora á margem do caminho
No marco extremo o viajor dormido!
Saudai-o!—d’este mundo apodrecido,
Vede-o, buscando a luz do excelso ninho! . . .
Cedro que o vento derrubou na poeira,
Tribuno que despiu purp’ra e arminho,
Soldado que morreu juncto á bandeira!

Do vulto gigantesco a sombra agora
Perdeu-se na infinita escuridade. . .
Na ampulheta de Deus—na eternidade
Não vale o tempo, não se conta uma hora!
Saudai a estrella que surgiu nos ceus,
O coração que ergueu á liberdade
Epinicios de amor, louvando a Deus.