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No medonho esfuziar;
Que mysterio ouve o tufão,
Quando o carvalho no chão
Quebra os ramos no tombar.

Comigo os Alpes dobraram,
Os gelos se derreteram ;
Os homens se libertaram,
E por mim tambem gemeram!
Do rutilo Cezar o astro
Empallideço, se alastro.
O campo ethereo dos ceos!
Não me venceu Alexandre,
Como Annibal fui tam grande,
Fui na terra um semideus!

No correr da vida a morte
Uma epopeia compuz,
Nem de Homero a mente forte
Maior grandeza traduz!
Anjo excelso das batalhas—
Não haveriam mortalhas
P’ra as vidas que decotei!
Fui um Júpiter Tonante,
Joguei thronos n'um instante,
E mil imperios parei.

Tive um palco—a terra inteira,
Vassalos—Papas e Reis !
Té dos meus pés a poeira
Sagravam como suas leis !
N’um dia c’roas pisava,
E n'outro sceptros junctava,
Era o idolo do povo:
Da terra meu vulto ia
Tocar no que luzia,
Outro sol formar de novo—