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Rasgando o véo das illusões mentidas,
Que est’alma fragil seduzir poderam,
Immovel terra, cambiantes flores,
Viram meus olhos no romper da Aurora;
E d’entre os braços, que cerrados tinha,
Gelada estatua de grosseiro marmore!...
Candidas boninas
E purpureas rosas,
Violetas roixas
Do luar saudosas;
Verdejantes murtas,
Redolentes cravos,
Lindas papoulas
Da donzelia escravos,
Ao soprar da brisa,
Em balanço undoso,
O mortal encantam
N’um sonhar gostoso.
Mas fugindo as nuvens
— Que a illusão fulgura,
Só vagueia á sombra
Da infernal ventura.