Página:Revista do Brasil, 1921, anno VI, v XVI, n 61.pdf/88

46
REVISTA DO BRASIL

Assim aconteceu, qual não foi a alegria de Narizinho vendo sahir d'agua, presa ao anzol, uma linda tarira de palmo, que rabeava como louca!

A negra persignou-se de brinquedo:

— Credo! Até parece feitiçaria!

E Narizinho, numa contenteza nunca vista, disparou para casa com o peixinho na mão.

— Vovó, disse ella ao entrar, adivinhe quem pescou esta tarira!...

A velha olhou, olhou e disse:

— Ora quem!... Você, minha filha.

— Errou!

— A Anastacia, então.

— Qua! Nastacia, nada...

— Então foi o sacy...

— Vovó não adivinha! Pois foi a Emilia...

A velha duvidou:

— Estás bobeando a tua vovózinha ?!...

— Juro, vovó! Palavra de Deus que foi a Emilia. Pergunte á Nastacia, si quizer...

A preta vinha entrando nesse momento.

— Diga, Nastacia: quem foi que pescou a tarira? Não foi a Emilia?

— Foi sim, sinhá, foi a boneca... Sinhá não calcula que demo-