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SÎN-LĒQI-UNNINNI, Ele o abismo viu (Série de Gilgámesh 1)

Jacyntho Lins Brandão[nota 1]

Universidade Federal de Minas Gerais

RÉSUMÉ: Je présente ici une traduction commentée de la première tablette du poème babylonien sur Gilgamesh attribué à Sîn-lēqiunninni, Sha naqba imuru (Il a vu l’abîme).

MOTS-CLÉS: Epopée de Gilgamesh; Poésie acadienne; Littérature babylonienne.


Apresento a tradução da primeira tabuinha de Ele o abismo viu (Sha naqba imuru), poema babilônico que se costuma intitular “Epopeia de Gilgámesh”. Trata-se do primeiro resultado que publico de projeto em fase de finalização e que teve como objetivo traduzir todo o poema diretamente do acádio.[1]

Esta não constitui a primeira tradução para o português, pois contamos com o livro de Ordep Trindade Serra, A mais antiga epopeia do mundo: a gesta de Gilgamesh, publicado pela Fundação Cultural do Estado da Bahia, em 1985, trabalho de excelente qualidade e atualizado com relação à época em que foi escrito. O aparecimento da edição crítica de Andrew R. George, The Babylonian Gilgamesh Epic: introduction, critical edition and cuneiform texts (Oxford: Oxford University Press, 2003), marca, contudo, uma nova etapa para o conhecimento do poema, impondo por igual novos esforços de tradução. O texto crítico de George substitui as edições anteriores, em especial a de R. Campbell Thompson, publicada ainda em 1930, primando pelo detalhe, pela exatidão e pelo domínio dos métodos críticos em todas as suas dimensões. Acrescente-se que foram compulsados

  1. *e-mail: jlinsbrandao@ufmg.br
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  1. Projeto beneficiado com Bolsa de Produtividade em Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, CNPq.