Sapateia, moreninha
Que ocê não bate no chão;
Pode batê sem receio
Que bate num coração

– Eh! medo, bradou o Amaro, a rir; e Simeão, já longe, respondeu:

– Hen... hen...

E, atravessando a mata obscura, os vaqueiros, como para não interromperem o sono das coisas, iam calados, um a um, apartando os ramos; os cães seguiam-nos em silêncio e Mandovi, lembrando-se do vulto branco que se balouçava, com os braços lívidos e magros abertos no fundo espaço, pensava com terror: "Foi o intaliano memo que me apareceu... foi ele memo..."

As folhas estalavam sob os passos e, de quando em quando, o que ia à frente, rompendo o caminho, avisava:

– Baixa, gente: óia o pau... Óia água, gente.

E a marcha prosseguia em silêncio através da mata silenciosa.