— É provável! disse Ricardo com indiferença.
— Nesse caso estamos comprometidos.
— Por que razão?
— Tinha uma ideia. O Soares está passando o verão aqui na Tijuca. Sabes, assim no campo, tomam-se relações com muita facilidade. Queria ver se nos apresentavam na casa.
— Que lembrança! Havíamos de fazer uma bonita figura no meio dessa gente que arrota ouro, nós dois pobretões!
— Talvez a riqueza pegue como a lepra!
— Pega; quando se tem mau sangue.
— Mas, fora de graça: é preciso fazermos relações, adquirir amigos, do contrário nada alcançaremos.
— Não digo o contrário.
Continuando a conversa, chegaram os dois moços a um pequeno vale escondido entre duas pontas da montanha. Um escasso ribeiro descia em cascata rumorejando por entre as pedras, e serpejava à sombra das bananeiras.
No meio do vale havia uma pequena casa cercada por algumas fruteiras.