— É de felicidade, menina; também eu tenho os olhos cheios d'água, disse D. Benvinda.

Desde criança, de envolta ainda com os brincos da infância, começara Bela a amar Ricardo, com a efusão de uma alma que se entrega sem reservas de todo e para sempre. Estava em sua natureza querer com esse abandono de si mesma, sem pedir nem esperar retribuição.

Quando Ricardo formou-se, não lhe permitindo as apertadas circunstâncias da família realizar desde logo seu casamento, Bela resignou-se a esperar, com plácida confiança, e possuída da inalterável convicção de fazer a felicidade daquele que a amava.

Frequentes vezes insistiu seu pai em convencê-la da necessidade de casar-se com o Felício Lemos, outro primo seu, também formado, que desde a infância a disputava a Ricardo, mas preterido sempre. Aos reiterados pedidos, opunha a moça uma repulsa doce, magoada, quase súplica, mas inflexível. Ela julgava-se um bem de Ricardo; acreditava que Deus a reservara para fazer a ventura desse coração, que ela