— O seu dever. Bela espera a resposta; é ela que vai decidir de sua sorte. Vá, vá a São Paulo e...

Pareceu que a voz de Guida afogava-se num soluço. Ricardo olhou, e viu-a sorrindo acabar a frase:

— E seja feliz!

A moça foi ter com Mrs. Trowshy e instantes depois, terminado o passeio, retirava-se Ricardo.

— Ela não pode amar-me!... pensou o moço em caminho para a cidade. E eu... eu tenho medo de amá-la!

Dois dias depois partia o vapor de Santos. Ir a São Paulo, como lhe dissera Guida, foi ideia em que não se demorou o ânimo do advogado; não o permitia o escritório, nem o estado de seu espírito. Resolveu porém escrever a Bela em termos que a demovessem da suspeita de não ser amada, como o fora sempre.

— Serei eu quem me sacrifique à sua felicidade.

No momento de pôr a pena no papel corou: nunca poderia escrever o que não sentisse; não falou a linguagem do coração, mas a da razão.


Bela.