Damos espaço em nossa Revista ao extenso trabalho do conde Ermano Stradelli, que, residindo por muitos annos que, residindo por muitos annos no Estado do Amazonas, se votou á penosa tarefa de compôr não só um longo «Vocabulario nheêngatú-portuguez e portuguez-nheêngatú, como um esbôço da «Grammatica» dessa lingua fallada pelos nossos aborigenes naquella região brasileira, e ainda uma collecção de contos e lendas indigenas.
Parece-nos que com isto vai prestado bom serviço aos cultores da Linguistica e Ethnographia americanas.
Outros trabalhos congeneres, devidos ao saber e ao exforço de Martins, fr. Francisco dos Prazeres, Luccock, Costa Rubim, Macedo Soares e Barbosa Rodrigues, já encontra o amador destes estudos nas paginas da Revista do Instituto. Sobre a propria lingua geral fallada no Amazonas, cumpre citar os trabalhos aqui publicados nos tomos: 17º (pags. 533-562); 50º, parte 1ª (pags. 328-347); e 51º, supp. (pags. 73-110).
Similhantes contribuições foram, porém, de menor vulto. Agora se lhes juncta a copiosa obra de Stradelli, sôbre cujo valor assim se exprimiu, em lucido parecer, o nosso illustrado consocio dr. Theodoro Sampaio:
«Percorri, com attenção, esse trabalho sobre o Nheêngatú do Amazonas, trabalho copioso, interessante, que me moveu a sympathia pelo seu auctor. Penso que a obra do conde Ermanno Stradelli pôde merecer a acolhida do