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Por milagre desse Anjo salvo foste;
Por milagre desse Anjo
Cem, e cem vezes o Brasil foi salvo
Das cruas garras de cruéis abutres;
Só por milagre dele em breve espero
Ver o Brasil subir à mor altura.

Oh! que doce é no meio dos perigos
De horrenda tempestade,
Já lânguido de fome, e de fadiga,
Ver aberta numa onda a sepultura,
E armada contra si dura companha [1]
Exclamar: — Tudo sofro pela Pátria!

Outro tanto dizer muitos não podem.
Digno tu és de inveja!
Ah! se invejosos tens, eu os desculpo.
Sempre a inveja assim foi; sempre ela investe
A quem mais por virtudes se distingue;
Sempre vilões Aristides tiveram.

  1. Não ficção poética, mas realidade encerram estes versos: que na viagem para o lugar do exílio, depois de horrível tempestade, e já perto de Vigo, elevou-se a tripulação contra o commandante e os passageiros.