O coração magoado?
Mão da saudade, és tu, eu te conheço.
Oh momento de ausência, como és agro!
Mais agro não me foi aquele dia
Em que co'a morte ao lado,
Quase caí do leito à sepultura.
Já brilhava a meus olhos moribundos
A luz de bento círio,
Que ante um sagrado Crucifixo ardia.
Chorava minha mãe, e seus cabelos
Sobre meu frio peito debruçavam-se.
Colocado entre o mundo e a Eternidade,
Meu ser se dividia, e ingente peso
O aflito coração me comprimia,
Como se férreos braços me cerrassem.
Ah! porque inteiro conservou-se o estame
Em luta tão cruel? E' qu'eu devia
Sofrer mais este golpe, e da existência
Não estava inda o círculo completo;
Assaz não tinha o Mundo conhecido,
Conhecê-lo devia.