Olhai, — vede-o ao través do nevoeiro,
Que ante vós remoinha,
Como ele imóvel sua luz esparge!
Esse Astro é Deus! — Oh Mocidade, a Ele!
Ah não retrogradeis, — a Ele, a Ele.
Vedes vós como se ergue encapelado
Ante a convulsa proa o mar em montes?
Vedes a nuvem que no céu negreja?
O sol que empalidece? — Ouvis os roncos
De hórridos ventos que nos ares troam?
O raio crepitante que espedaça
Velas, e mastro? a nau, que soluçando,
Qual nas vascas da morte o moribundo,
Nos vaivéns sobe, desce, e se debate,
Perde o rumo, sem tino a esmo vaga,
Roça no escolho a quilha, ali recua,
Ao capricho dos ventos, e das vagas,
Té que santelmo lhe ilumine o tope,
E do naufrágio a salve?
Tal é da Humanidade o fido emblema!
Tal sua marcha foi, tal é ainda,
Por mil contrários ventos combatida!