stramente no fundo das órbitas, muito corcovada, abordoando-se a uma bengala. E, pouco a pouco, a sala se foi enchendo - as mulheres tomavam os lugares reservados, iam os homens para as últimas cadeiras ou para as janelas.
Dona Júlia começava a impacientar-se, quando surgiu do corredor escuro, em mangas de camisa, arrastando chinelas, um mulato arremangado. Logo ao entrar na sala, reconhecendo uma das negras, estendeu-lhe a mão, muito alegre, detendo-se a conversar, mas passou adiante, afagando uma criancinha que choramigava. Por fim, levantando a cabeça, bradou com autoridade:
— Estamos na hora!
Os que entravam caminhavam em pontas de pés, sentando-se cautelosamente. Três marinheiros apareceram ao alto da escada, olharam, e já se dirigiam para as primeiras filas, quando o mulato falou: "Não, lá pra baixo, patrícios. Aqui é das senhoras." O mulato olhava insistentemente para Dona Júlia. Felícia chamou-o: ele adiantou-se risonho.
— Esta é minh'ama que vem fazer uma consulta.
Dona Júlia baixou os olhos, vexada, temendo que a negra falasse do seu tormento, contando a um estranho as angústias que lhe alanceavam o coração. Mas a um psiu, vindo do fundo corredor, o mulato voltou-se.
Na moldura de trevas, como essas figuras ebúrneas