Ao vê-la dirigir-se para a mesa, como uma vítima que seguisse para o suplício, abatida e pálida, Dona Júlia lastimou-a: "Coitadinha!" Devia ter a idade de Violante.
Que grande mágoa a arrastaria, tão moça, àquele mistério! Que consolação iria ela pedir, tão cedo, aos espíritos benfeitores? Não haveria na imensa alegria da terra bálsamos para os seus tormentos para que, tão criança, já se fosse refugiar no templo da Morte? Coitada!
Logo que se sentou, os crentes, que a conheciam e respeitavam, moveram-se com interesse. Segredava-se, murmurava-se e o apóstolo pediu a todos que se concentrassem em oração a fim de que viesse em visita ao grêmio, por intermédio da irmã Clarinda, um espírito perfeito.
A mocinha, de mãos estendidas, abria e fechava os olhos - a sua respiração ralava e um convulsivo tremor sacudia-a aos arrancos. No silêncio atento e pávido da sala ouvia-se-lhe o ranger frenético dos dentes. Dobrou-se toda em arco.
Súbito, d'arranque, como se lhe houvesse passado por diante dos olhos uma visão horrível, ergueu-se hirta, com os braços duros e, de arremesso, rugindo, como em crise epilética, arrojou-se para trás caindo com a cadeira.
Homens e mulheres acudiram - levantaram-na rígida, os olhos imensamente abertos, fitos e desvairados. O apóstolo, vendo-a naquele estado, pôs-se a falar com brandura, tentando dominar o