a cara esfuracada pelas bexigas, levantou-se vexada, cumprimentando-o. Ritinha apresentou-a:
— Dona Castorina. É quem cose para mim. Fomos vizinhas muito tempo. Sente-se - e ofereceu uma cadeira ao estudante. - Bom tempo aquele! relembrou saudosa. Qual! eu ainda volto para aquela casinha, - disse com a cabeça pendida, alisando molemente os cabelos. - Tola fui eu em ouvir cantos de sereias... Podia estar muito bem.
A crioula arregalou os olhos e, sorrindo, acenou afirmativamente.
— A senhora não imagina como eu tenho saudades daquele lugar, a gente vivia independente, à sua vontade, não era isto! - e esticou um beicinho desprezível. - Não nasci para morar em cortiço. A gente tem casa e não tem: volta e meia é um vizinho pedindo uma coisa e outra. A senhora pensa? O que eles querem é meter o nariz na vida da gente. Comigo não! Eu passo por soberba, mas tanto se me dá como se me deu. Bom dia, boa tarde e acabou-se. Eu, não. A senhora não acha?
A crioula sorriu, já de pé, concordando:
— Ora! não há como uma casa: custa mais um pouco, mas a gente está sossegada. - E despediu-se desculpando-se: "Tinha ainda umas voltas..."
Estendeu a mão ao estudante e as duas caminharam para a porta, ficaram algum tempo cochichando, à risota.
— Cuidado com a lama. Vejam como está isto. Parece um chiqueiro.