braços penderam-lhe flacidamente, foram-se-lhe os olhos fechando... Súbito, porém, como se a ardência do estudante se lhe houvesse comunicado, correndo-lhe as veias, agitando-lhe os nervos, lançou-lhe os braços ao pescoço e enlaçou-o. Desprendendo-se, ofegante, com a boca entreaberta, levantou-se. Paulo correu à porta e ia fechá-la, quando ela avançou, retendo-o:
— Está maluco!? Pensa que essa gente não viu o senhor entrar? Deus me livre! Logo mais estava tudo nos ouvidos de Mamede. Não, deixe a porta assim mesmo.
— E se ele vier?
— Qual! Ele não vem agora. Está no jogo.
— Isso sei eu que o vi passar para a casa do Cordeiro.
— Pois então?
— Mas pode aparecer por aí.
— Qual nada! Só à noite.
Tomou outra pêra, mas Paulo arrancou-lha da mão.
— Deixa-te disso agora.
— Que é que tem?
— Ora!
Ela abandonou a fruta sobre a mesa, ele beijou-a.
— Olhe, eu digo a Mamede que o senhor esteve aqui antes que ele saiba por algum desses intrigantes. Não quero histórias comigo.
— Pois sim.