e perguntou, em voz pausada, pela doente.
— É minha mãe, doutor. Está lá dentro, teve uma síncope. Nem tivemos tempo de a levar para a cama. Foi de repente. Entre, doutor.
Falava com grande volubilidade, voltando-se para o médico, que a seguia, sempre vagaroso. Justamente chegavam à sala de jantar quando Paulo sussurrava palavras meigas à mãe que parecia haver recobrado os sentidos. Efetivamente abria os olhos, balbuciava, movia a cabeça como atordoada. Violante precipitou-se:
— Então, mamãe? Está melhor? Olhe o doutor. É melhor deitá-la, a senhor não acha?
Lançou um rápido olhar ao relógio e franziu a fronte contrariada. O médico fez um ligeiro exame, receitou um calmante, recomendou repouso. Paulo segredou:
— Ela é cardíaca, doutor. Não há perigo?
— Sim, é preciso cuidado. Se houver alguma coisa mande-me um recado.
Despediu-se. Dona Júlia sentia-se alquebrada, faltavam-lhe as pernas, todo o corpo doía-lhe. Ampararam-na até a cama. Deitando-se, olhou para Violante enternecidamente, dizendo:
— Nem conversamos, minha filha. Isto está por pouco. Quando vocês mal pensarem estou morta. Também, que faz um trambolho como eu no mundo?
— Deixe-se disso, mamãe.
Violante ia e vinha,