Espera, eu mando o cocheiro. Aqui mesmo na Rua da Lapa há um.
Correu à sala, deu uma ordem. O carro partiu. Tornou para junto da irmão, atônita. Por fim, como se se habituasse, sentou-se calma.
— É o coração, - cochichou Paulo.
Violante fez um gesto de desânimo. O relógio bateu vagarosamente no silêncio.
— Nove e meia! - exclamou em voz surda, alarmada. - E eu que não preveni Lucília. O homem é capaz de pensar que ando por aí...
— Dize-lhe o que houve.
— E pensas que ele acredita? Pois sim. - Inclinou-se, pôs-se a chamar a mãe, não para aliviá-la, mas para libertar-se. - Não tens um pouco de éter?
— Não.
— A que horas vou eu sair daqui, meu Deus! E o médico? Ainda se ele chegasse...
— Se queres, vai. Eu fico com ela.
— Não! Isso não. Não quero que ela se zangue.
— Zangar-se, por quê?
— Se eu fosse livre, mas tu compreendes. - Ao rumor do carro Violante correu à sala, abriu a janela. Estava um homem parado à porta. - É o doutor?
— Sim, minha senhora.
Era um homem de idade, alto, magro, feição austera. Entrou vagarosamente