que cuides do serviço como dantes. Deus não gosta de gente má.
— Má... Quem é que é má?
Resmungou uma obscenidade e foi encostar-se ao fogão, ainda apagado.
— Má. Eu sou mãe como sua mãe! - gritou com fúria frenética fitando nele os olhos lampejantes.
— Sim senhor. Mãe como sua mãe.
Paulo deixou-a e a negra ficou a bradar esmurrando as paredes. Dona Júlia chamou-o:
— Olha, meu filho, o melhor é despedires essa rapariga. Vê se arranjas alguém que fique comigo porque eu até tenho medo que ela me faça alguma coisa, no estado em que está.
— Mas como hei de sair? Quem ficará com a senhora?
— Vai e leva a chave. Eu fico só. Não te demores.
Ele hesitou:
— Para fazê-la sair só se eu chamar uma praça.
— Prendê-la? Isso não, coitada! Olha, manda-a cá. - Soergueu-se e chamou: Felícia!
A negra respondeu do fundo da cozinha:
— Nhora!
— Vem cá.
Ela apareceu à porta do quarto com as roupas em frangalhos, o colo seco descoberto, as magras pernas à mostra.
— Chega aqui.
A negra adiantou-se humilde, arrepanhando os andrajos.
— Eu estou doente, não me posso levantar. Se não queres tomar conta da serviço dize porque eu