— Oh! meu filho, isto está num desarranjo... nem foi varrido. Pede desculpa.
— Ela sabe, mamãe.
— Não sou de cerimônia, - disse Ritinha já no quarto.
A luz da lamparina mal aclarava uma parte do aposento. A enferma sentou-se na cama e procurou ver a mulata que se adiantava, estendendo a mão. Houve um momento de travado silêncio - as duas mulheres pareciam examinar-se. Por fim Dona Júlia falou tranqüilizada, como se a fisionomia de Ritinha a houvesse serenado:
— É ainda muita mocinha.
— É o que parece. Então que é isso?
— Eu sei, minha filha?! Estou fazendo horas para seguir o meu destino. E queira Deus que não demore porque já estou cansada de sofrer.
— Qual! a senhora fica boa. Eu estou aqui para o que for preciso. Não valho muito, mas os meus préstimos ficam às suas ordens. Antes mesmo de Mamede me falar eu já tinha dito a seu filho que, se fosse preciso...
— Obrigada. Nem sei como a senhora vai se arranjar nesta barafunda. Isso lá por fora está que é uma vergonha. Eu imagino! A nossa criada, coitada! lá está na cozinha gemendo, gritando.
— Ainda!
— Ora!
— Se eu digo à mamãe que o melhor é pedir que a mandem tirar daqui...