— Então sim. E Mamede? Como há de ser?
— Como há de ser...?! Eu digo que não quero mais saber de estalagem, que estou muito bem. Isso fica por minha conta. Mas vá lá para a sala - sua irmã pode acordar e essa mulher do lado tem uma língua muito comprida.
Verdadeiramente Ritinha hesitava entre os dois homens - um atraía-a pela vida aventurosa, de ousadia e troça: sentia-o forte e lembrava-se, com saudade, dos dias felizes que passara com ele quando, com um pouco de dinheiro, entrava a alegria em casa. Tinha orgulho em ser dele, um valente de fama, chefe de malta temido. O outro era um fraco, mas dispunha de recursos, podia garantir-lhe a tranqüilidade e adorava-a. Precisava cuidar de si... Depois, se tivesse um capricho, que custava? Não fora amante de Paulo enquanto vivera com o Mamede?
O mulato não a estimava. Se a estimasse não teria procedido como procedera. Um brigador como ele que, por qualquer coisa, puxava a navalha, depois de tanto rondar a casa... nem nada. Prosa! E a mulata sentia-se melindrada com a submissão do amante - preferia, talvez, que ele a houvesse maltratado, ferido, ameaçado com armas àquela quieta, resignada condescendência com que se portara. Assim, que se arranjasse...
Quando tornou à sala Violante, que despertara, estava à janela olhando o mar, tremulamente de luzes. Paulo contemplava o corpo e a vizinha,