frade compreendeu que ele vinha decerto atraído pela santidade daquela montanha povoada de ermitas. E pensava: “Aqui está um homem, decerto simples, e de força imensa, que poderia aliviar dos seus trabalhos os santos varões que ali habitam, deixando-lhes mais tempo para aperfeiçoar a alma, e dar batalha segura ao Tentador...”
Então foi guiando Cristóvão até que chegaram a uma choupana feita de ramos, ente pedras alcantiladas. À porta da cabana, cravada entre duas paredes, erguia-se uma cruz tosca, e ao pé, sob uma caveira, pousava, aberto, um grande in-fólio. Dentro da cabana havia só um leito de folhas secas, e uma bilha com a asa quebrada.
O ermita, tendo indicado a Cristóvão o sítio onde devia deixar o molho de lenha, tomou de uma buzina pendurada à porta da cabana, e afastando os longos pelos do bigode branco, lançou três sons roucos, que ecoaram nas quebradas. Cristóvão, tímido, considerava cada movimento do ermita como uma ação de santidade. Então, das sendas várias do monte começaram a aparecer, caminhando devagar, uns apoiados em bordões, outros com as mãos escondidas nas mangas, ermitas, a quem um longo capuz escondia a face. O primeiro que chegou, dando com Cristóvão, fez o sinal da cruz, e depois, com um gesto, chamou os outros,