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Assim, de ora em diante, tendo quem os servisse, nas suas almas não haveria mais cuidados do que a conquista do Céu. Tendo findado, e baixando a face sob o capuz, como recolhido em oração – os ermitas, sem quebrar a sua mudez, retomaram os caminhos da serra, e um a um foram-se sumindo entre as rochas e os robles.

Só com Cristóvão, o ermita, voltando à cabana, trouxe um pedaço grosso de broa, de que deu uma parte a Cristóvão. Ambos beberam da bilha: - e tendo ordenado a Cristóvão que fosse com a lenha às costas, através da serra, para a distribuir pelas ermidas esparsas, estendeu-se em frente à cruz, e, pousando a cabeça sobre uma pedra, ficou mergulhado em oração.

Cristóvão partiu. Cada ermita lhe ensinava, sem falar, com um mover lento da mão, a ermida mais vizinha. Em todas, a mesma caveira alvejava ao pé da mesma cruz. E àquela hora da tarde todos estavam à porta da ermida partindo o seu pão, e tendo ao lado, interrompido, ou o livro que liam, ou o grande rosário que desfiavam, ou algum cesto que encanastravam, ou as estrelas que teciam. À porta de cada cabana pendia uma buzina e um molho de disciplinas, com pontas de ferro. Quando Cristóvão chegava, todos alçavam o olhar baixo: nalguns o olhar era sereno, de uma serenidade morta; noutros refulgia com um vago clarão