todavia o ermita sorria, sacudia a barba branca, murmurando: “Bem vejo a tua ilusão, oh Maldito, que me julgavas desprevenido! Mas a minha alma está forte, e nela, como o arqueiro na torre, a oração vigia, cheia de força!...” E com o pé espalhou os carvões ardentes. E Cristóvão pensava na sua simplicidade: “Quantas coisas vê este homem, que eu não vejo! Decerto é por causa da sua sabedoria ou da sua santidade”.
No entanto, o ermita recolhera à sua cabana: mas, apenas entrara, soltou um grito, e saiu recuando, com os braços abertos, que pareciam sacudir uma visão. Era uma mulher, de esplêndida brancura e toda nua, que ele encontrara deitada de costas sobre o seu catre de folhas, com braços abertos que o esperavam e o chamavam. E durante um momento, as suas mãos, como impelidas por força oculta, tinham-se estendido para ela irresistivelmente: mas nos pés, tão brancos, reconhecera um pé de cabra – e tendo-se benzido freneticamente, a mulher evaporara-se, como um fumo negro, através dos ramos da cabana. Mas quase cedera à temerosa ilusão – e se no momento em que lhe estendia os braços tivesse morrido, era o Inferno, a danação completa! Então agarrou violentamente as disciplinas,e arrancando a túnica, gritou: “À obra, à obra santa!” As duas correias de couro de boi, armadas de unhas de ferro, cingiam-