Cristóvão tomou o caminho do lado oposto aos povoados – e começou a caminhar, ao acaso, pela longa ravina que contornava a serra. Era como leito de antiga torrente, que seguia funda entre rochas, seca e triste infinitamente. Toda a noite caminhou à luz de uma grande Lua cheia. De madrugada dormiu à boca de uma caverna. A solidão era como a de um mundo deserto, onde só ele habitasse. Cristóvão sonhou com prados e regatos muito frios, muito límpidos, que corriam entre aloendros em flor. Quando acordou teve sede, e em roda só havia um torrão tão estéril, que nem nele crescia o tojo.
Todo o dia, marchando sempre, Cristóvão padeceu sede. Ao pôr do Sol, julgou ver longe uma água que rebrilhava. Eram largas lajes