por trás do azul, estava o Senhor! Decerto ele via tantos sofrimentos, as guerras, as fomes, as pestes.
Por que não descia do seu trono de ouro? Uma carícia da sua mão direita daria aos pobres a abundância, os frutos, as tulhas cheias de pão; e os bandos negros dos senhores cruéis desapareceriam como nuvens que o Sol desfaz, ao mover sua mão esquerda... Por que não vinha o Senhor?
As terras que Cristóvão atravessava estavam desoladas, até que, penetrando numa região mais amável e fértil, com pradarias, aldeias, viu ao longe longos fumos esguios que se elevavam para o céu. Um grupo de soldados derrubava árvores. E bem depressa viu as barracas de um acampamento. Era uma companhia de tunos. As tendas estavam alinhadas sem ordem, ao acaso. todos procurando a maior proximidade do rio. E como era à hora do rancho, viam-se os soldados, de bruços, mergulharem nas águas as grossas panelas de ferro. Por toda a parte, sobre as fogueiras acesas, suspensos de varas de ferro ensarilhadas, ferviam os caldeirões: - e junto aos carros, onde vinham as barricas de vinho roubadas nos casais e nos mosteiros, os homens juntavam-se com os seus pichéis na mão. Dois carniceiros esfolavam um boi estirado no chão: - e o trabalho era feito num rumor incessante de pragas e cantos.