Todos os homens, de barbas incultas, grandes cicatrizes nos rostos, imundos, tinham um curto saio de malha de ferro: e como estavam num país vencido, sem receio de surpresas, os morriões e os broquéis pendiam à entrada das tendas rotas, umas de lona, outras de peles de carneiro; sobre um cômoro era a dos chefes, com bandeiras flutuando. Por todo o acampamento circulavam mulheres, que seguiam os soldados, umas roubadas nos assaltos das aldeias, outras que acompanhavam, por deboche, o bando dos homens; todas tinham o ar cansado dos grandes furores que suportavam. Aqui e além, um monge descalço, com uma adaga na corda do hábito, o olhar ardente, ia de tenda em tenda. Alguns homens jogavam os dados. Outros limpavam as armas. Os falcões gritavam sobre os seus poleiros, feitos de lanças.
Serenamente, na sua simplicidade, Cristóvão atravessou o acampamento.
Como os bandos cada dia recrutavam novos tunos, ou aprisionavam servos, ninguém estranhava a sua presença. “A quem pertences?” perguntavam-lhe. Ele atirava um gesto vago para as tendas. E julgando-o idiota, como todos os gigantes, deixavam-no ir, ou aproveitavam a sua força para mover os pipos, rachar lenhas, descarregar dos machos os grandes fardos amarrados com cordas. Tendo trabalhado, Cristóvão comeu e bebeu. A noite caiu: as estrelas