E por bode pintado,
E pela asa do morcego,
E pelo seixo do rego
E pelo sangue do drago,
E por tudo o que te trago,
Vem!
Um imenso apelo ressoou: “Vem!” Todos os braços se erguiam desesperadamente para a tripeça vazia. E a velha, como possuída do delírio, bradava em apelos agudos que varavam o ar:
— Vem contra o Senhor! Vem contra o Bispo! Vem contra o Letrado! Vem contra o Rico!
E cada vez a turba clamava mais ansiosamente: “Vem! Vem!”
Uma grande restolhada cortou a espessura – e soprou sobre a mesa, escarranchado, apareceu um homem enorme, de longa barba preta, todo coberto de pêlo preto, que o assemelhava a um bode. Uma aclamação soou, um delírio arrebatou a todos. As mulheres pulavam, os homens sacudiam os barretes – enquanto a criatura negra, imóvel, dardejava em silêncio os seus olhos coruscantes. Depois, quando se fez de novo um silêncio, a criatura, estendendo o pé, gritou numa voz rouca:
— Adorai!
Todos lhe beijaram o pé, que desaparecia sob os felpos longos do p