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Mas então um homem, envolto num grande lençol branco arranjado como uma dalmática de bispo, e com uma mitra negra na cabeça, veio caminhando a coxear para o altar, a ler um livro que segurava nas mãos. Cristóvão conhecia-o. Era o coxo que trabalhava ao lado dele, rosnando palavras ininteligíveis.
Tendo o posto o livro sobre o altar, o homem abriu os braços, e começou a celebração de um rito, que, com horror, parecia a Cristóvão, semelhante à missa de sua aldeia. Curvado sobre o livro, com a mãos postas, ele resmungava uma leitura; erguendo os braços, saudava a criatura felpuda; e quando, voltando-se para a turba, lançava uma benção, todos se curvavam, e risos bestiais estalavam com amargura. Imóvel, a criatura, com as mãos pousadas nos joelhos, recebia o culto, Um acólito, lindo como um pajem, misturava um líquido negro num vaso. E dos grandes carvalhos em redor caía uma sombra negra, que a Lua, aqui e ali, cortava de manchas lívidas.
Como na missa, uma campainha ressoou. O homem mitrado encheu o vaso, fez uma invocação, derramou um gota sobre os pés juntos da criatura negra, bebeu o resto – e tendo limpado os beiços à ponta de sua dalmática, subiu a uma tripeça, e ficou recolhido, como um pregador que vai lançar o seu texto. Um silêncio caiu, tão fundo, que se sentia o