como a nave de uma igreja. Pelas paredes estavam encostados molhos de lanças. Das traves do teto pendiam bandeiras, e ao fundo, numa vasta chaminé, ardiam troncos de árvores, a que os cavaleiros, de pé, aqueciam as mãos. Uma cortina ergueu-se e as duas damas apareceram com a criança no meio delas, e seguidas dos pajens, que traziam tochas de cera.
O pequeno Senhor do castelo (porque seu pai morrera, havia dois anos, na guerra do rei da Ocitânia) tinha feito seis anos pelo Natal, e era tão delicado e louro, que pareceu a Cristóvão o Menino Jesus que havia no altar da capela. Mas, desde criança, fora educado para ser um cavaleiro forte: todas as manhãs lhe esfregavam os lábios com um pedaço de ouro bento, para que suas falas fossem honestas e brilhantes; a sua roupa era secada ao lume sobre o fio de uma grande espada, para que crescesse forte e amigo das armas; e trazia ao pescoço uma pedaço do Santo Lenho, para que o seu coração se enchesse de amor do Céu. O seu encanto fora sempre ouvir as histórias dos Paladinos. De noite sonhava com Roldão, e estendia os braços para empunhar a grande trompa que soara em Roncesvales. E desejava libertar damas presas em torres, domar dragões e ser servido por um gigante armado de uma clava.
E ali o tinha, o seu gigante, maior de que todos aqueles de que ouvira falar, nos serões de Inverno,