a morte. Os pajens, mas pálidos que a cera, amolecidos pelos anos de paz, sem educação guerreira, faziam diante das mulheres uma sebe de espadas – espadas cujas pontas tremiam. O capelão rezava de bruços. E o arquivista estendia os braços por cima dos seus in-fólios, como para os proteger, com os olhos cravados na porta, e estremecendo a cada machadada. Só a avó parecia serena, sustentada pelo seu orgulho, com o peito direito, preparado para a morte, enquanto a nora sucumbia agarrada ao filho, banhando-o de lágrimas. E pela escada de caracol, que subia ao pavimento superior, apinhava-se a criadagem, as aias – algumas ainda com a sua roca na mão.
Sob os golpes desesperados a porta cedia! Pelas fendas da muralha entrava o fumo das fogueiras, que os Jacques acendiam no pátio para pegar o fogo ao castelo, com os móveis que arrastavam das salas, cadeiras brasonadas, arcas cheias de estofos. Já ninguém contava com a vida. Duas aias velhas, de rosário na mão, pediam a absolvição, ao padre, que as não escutava, de joelhos, batendo os queixos, entre os gritos de misereres.
De repente a porta cedeu, tombou sob os seus grandes gonzos estalados – e pontas de chuços, de foices, faces lívidas, braços descarnados. irromperam numa fúria de matança.