As damas tinham fugido. Já um grande velho, em farrapos, pulava por sobre a porta, com uma foice em cada mão – quando, do fundo da abóbada, Cristóvão surgiu, enorme, com a face ardente, uma barra de ferro em cada mão.
Foi como uma aparição – e a turba furiosa recuou com terror. Era como se surgisse ante ela, visível, real, esse gigante monstruoso, guardador de torres, de que eles tinham ouvido falar, pálidos de espanto, nas histórias contadas à lareira. E nesse momento de espanto, Cristóvão, com um grande brado, carregou sobre a turba, que recuou em tropel, recolhendo os chuços e as foices. Baixando a cabeça, Cristóvão rompeu da porta como uma grande torre, e no grande ar do pátio a sua figura escura, coberta de uma pele de lobo, com duas chamas brilhando sob a hirsuta sebe das sobrancelhas, pareceu saída do Inferno, e como cheia de força invencível. Os seus brados faziam tremer os muros: - e as duas barras de ferro furiosamente cortavam o ar, silvando. A cada um dos seus largos passos, a turba recuava, com um rouco murmúrio de terror. Alguns tinham fugido por entre as fogueiras, onde ardiam os grandes móveis de carvalho lavrado. As mulheres do bando gritavam que era o Demônio: - e um ou outro chuço que se erguia, voava em lascas sob os golpes da barra de ferro.
Para trás, para trás, sempre para trás, ia a