servo saiu arrastando uma vaca; outros trouxeram carneiros; outros fortes gigos com pão, sacos de fava; outros uma arca, que vinha cheia de dinheiro; e tendo juntado tudo num monte diante da ponte levadiça, uma dos servos gritou, retirando:
— Este é o dom do meu Senhor aos pobres que passam!
E a ponte levadiça subiu com um forte ranger de correntes de ferro.
Comandada pelo velho, sem desordem, os Jacques carregaram às costas, nos carros, o dom do Senhor, e de novo se meteram ao caminho, levando na frente Cristóvão, que parecia mudo e como espantado, com sua grande barra de ferro.
Um regato corria, na falda da colina. E aí ficaram os Jacques, para passar a noite. Em breve se acenderam fogos. O velho pôs sentinelas em todos os cantos. E nessa noite as crianças não choraram com fome, e houve uma gratidão no coração dos homens. Cristóvão não quis mais que um pedaço de pão. Bebeu da água pura do regato – e toda a noite, sentado numa pedra, enquanto estirados no chão, sob as árvores, os Jacques dormiam, ele olhou as estrelas, e pensou em Jesus, que estava por trás, e àquela claridade das suas lâmpadas, o via talvez entre esses desgraçados, como um pai entre os seus filhos.