De madrugada, os Jacques levantaram o campo, e guiados sempre pelo velho e pelo frade, partiram ao longo do regato, até que chegando aos primeiros carvalhos de um grande bosque, sentiram um cheiro nauseabundo, e viram um homem, um servo, enforcado num ramo de árvore, e já meio roído pelos corvos. Uma indignação correu entre os Jacques, quando alguns que se tinham adiantado descobriram outros corpos pendentes das árvores. Ao rumor da turba, os corvos fugiam de entre as ramagens: e sob os pés dos mortos, suspenso no alto, o chão estava todo espezinhado das patas dos lobos. Lá em cima, numa colina, negras na luz clara, apareciam as torres de um castelo. E aquilo era decerto a justiça do Senhor!
Então um clamor de cólera correu entre os Jacques. Uns queriam lançar fogo à floresta, para envolver o castelo. Outros falavam em abater as árvores, para fazer aríetes com que bater as muralhas. E Cristóvão, impelido pela multidão, que atrás dele brandia as foices e os chuços, começou a subir um caminho que levava ao castelo, entre as rochas que o musgo cobria.
Avistaram, por fim, ladeando uma torre de menagem, altas muralhas negras e sombrias, com grandes manchas brancas de pedra nova, que eram como cicatrizes de assédios. A ponte levadiça estava fechada, o gradil de ferro descido.