derramar sobre a sua ara o puro azeite da Ática, que ele levava na mão numa infusa pintada. Era sempre de madrugada, quando, nos vergéis do Santuário, cantavam os galos votados a Esculápio.
Do lado das muralhas, onde se aquartelava a Legião Germânica, vinha o som áspero e grave das tubas, que o faziam pensar em marchas triunfantes por países bárbaros e altas cidades cercadas. E sua pobre mãe parava cansada, com a mão transparente contra um tronco de árvore, respirando o aroma esparso de violetas entre a relva, que lhe lembravam a doçura da sua pátria.
Por aquele bosque também todas as tardes, com a sua infusa de greda sob o manto de linho, descia, a buscar à taberna cerveja da Cilícia, ou vinho mareótico, o velho Amónio, o arquivista do Santuário, que lhe ensinava as letras, os números, certos ditames da música, as divisões do Império Romano, e mesmo, sobre uma esfera feita de verga fina, o caminhar das estrelas. Bom Amónio, que sempre o amara, lhe admirava tanto a inteligência, e mesmo aconselhava a seu pai que o mandasse estudar, às escolas de Alexandria, a Gramática e a Retórica!
Nem todos os pagãos, decerto, pertencem ao Inferno. Aquele era simples, doce, humano – e esfarelava sempre, na taberna, sobre o