gratas ao Céu, que as lágrimas derramadas pelas dores divinas! Decerto, então, servir os homens no mundo, seria mais apreciável no Céu, do que servir a Jesus na solidão...
De pé, atirou os braços para as estrelas, e murmurou:
– Oh meu Senhor, ensina o teu servo, que sofre o tormento da incerteza!
Um desejo, bruscamente, entrou na sua alma – de ir ser bom e humilde no mundo.
Então, com a mão ainda toda trémula, limpou as lágrimas. Alegremente, entrou na sua cova, apanhou o seu bordão, meteu no seio, sob o surrão de pele, a cruz preciosa, que fizera Antão, na cidadela do Alto Egipto.
Depois subiu às rochas – envolveu num longo olhar o deserto, a horta, nunca acabada, que cultivara, as palmeiras benéficas que o tinham alimentado, o arbusto, que flor a flor lhe marcara os anos de penitência, o regato que fora a frescura do seu Deserto. E com um longo suspiro, tomando pelo rumo das estrelas o caminho do sul e do Grande Mar, Onofre voltou para entre os homens.