sublime de contentar Deus – e tão bem limpara a sua vontade de toda a culpa, e tão transparente e brilhante de pureza a tornara, que Deus, desde já, lhe confiava, na Terra, um poder transcendente... Mas então – era um Santo! Presa ainda com a cinta vil da carne, a sua alma já recebera do Senhor a sua santificação. Brevemente libertado da carne, e da sua miséria, ascenderia fácil e naturalmente àquele céu, salpicado de estrelas. Entre esses divinos lumes habitaria, enterrando os pés nus no azul macio, vendo a face do Senhor sorrir, no resplendor inefável. Da terra subiriam para ele, Onofre, longos rolos de orações: – e os restos da sua argila mortal, os seus ossos, receberiam também a veneração dos homens, guardados em sacrários – entre lâmpadas e flores. Oh maravilha!
Mas aquele poder do Milagre seria perdurável, constante, enquanto vivesse Poderia ele agora, com segurança, curar todas as feridas, e sanar todas as misérias?
E uma inquietação apertava o coração de Onofre. Se aquele milagre tivesse sido isolado e único! Se amanhã, ante uma verdadeira e profunda dor, semelhante à de Maria, irmã de Lázaro, ele se encontrasse de novo impotente para a desfazer, como antes da sua penitência no Deserto? Fora ele, pela sua vontade, que curara os braços esmagados de Ozias – ou fora a vontade de Deus que operara, passando apenas através