a Praça dos Obeliscos, transpusera a muralha derrocada, e caminhava junto ao rio, sob o silêncio das estrelas.
E ia num deslumbramento! Por vezes estacava, alargava os braços, murmurava: «Fiz um milagre! Fiz um milagre!» Onofre, o mais humilde e rude servo do Senhor na Igreja de Bubastes, fizera um milagre! E não desses tão fáceis, e nascidos da ilusão, como os sabem fazer os discípulos de Simão, o Mágico! Mas um milagre profundo, que tornara a Morte em Vida, como só os tinham feito os homens apostólicos, depois do Senhor. Por quê? Por que lhe era concedido um tão divino poder?
Decerto ele fora abundante em obras! Longos anos gemera no Deserto, longos anos servira com humildade os homens. Mas Alexandre vivera no ermo, confessara a fé nos tormentos, ganhara almas inumeráveis para o Senhor, era Bispo e era Santo – e todavia nunca fizera um milagre! E Palemo, abade de Tebane, e Panúcio, abade de Antínoo, que governavam comunidades na Tebaida, e recebiam de noite, de Jesus, a suma da Regra Monástica, não faziam milagres! Porque o escolhera o Senhor a ele – escravo que mendigava entre os escravos? Sem dúvida porque a sua vida, as suas longas penitências, a sua oração, tinham, mais que as de nenhum outro, em cidade ou ermo, satisfeito o Senhor! Ele, pois, realizara a obra