e inertes, e entre eles a cabeça, coberta de suor regelado, ficava rolando na areia, na tontura de uma agonia. Tentava então, desesperado, arque-jando, solevar aquela carne miserável que o traía. E não podia, não podia! Só lhe restava acabar ali, naquela areia, sem alcançar o resgate encetado do seu pecado. E com a face voltada para o céu, para o céu negro, sem uma luz, que lhe fosse como uma esperança, esperou a Morte. Mas a Morte não vinha. Ante os seus olhos, embaciados e lívidos, como que surgia uma claridade. Era como uma névoa, vaga e rosada – e através, vinha de longe, tristemente, o tanger lento de uma sineta em marcha.
Subitamente sentiu rumores, vozes. E entreabrindo as pálpebras, distinguiu faces escuras e ardentes, que se debruçavam sobre ele, um cavaleiro com uma lança, e longos pescoços de dromedários, carregados de fardos. Uma cabaça foi posta contra os seus lábios, e bebeu dela, avidamente. Já havia mãos fortes que o erguiam – e sobre os seus joelhos feridos caía deliciosamente um fio de óleo muito fresco. E já de pé, entre os braços que o amparavam, Onofre desmaiou, docemente.
Mas, através do seu desmaio, ele sentiu que o içavam para cima de um dromedário, onde ficara como um fardo, estendido entre fardos. Houve brados. E a sineta recomeçou tilintando lentamente, em