alpendre, aberto a todos os ventos, em que o velho recolhia os seus búfalos. Em breve, por todas as choupanas, se espalhou que outro monge chegara à aldeia – que sabia também as histórias divinas do Menino que nascera na Síria, e de seu Pai que acolhia os servos mais humildes, num Céu todo cheio de cantos e de abundância. De todos os casais logo as mulheres acudiam, trazendo a Onofre presentes de frutas, e bolos de mel, e linho tecido. De joelhos, diante do seu alpendre, Onofre orava, com os braços abertos, a face voltada para o Céu: – e todos pasmados para aquela velhice tão macerada, para as longas barbas brancas que no chão rojavam, erguiam também como ele, mudamente, para o Céu, os olhos cheios de uma esperança nova. O que contemplava ele assim, no Céu radiante? Quais eram essas orações que ele sabia, e como se falava a esse Deus tão bom, e tão amigo dos pobres? E quando Onofre recomeçava a contar do Senhor, e dos seus grandes ensinos de caridade, e de bondade, e de amor, um doce murmúrio de contentamento corria entre os simples, como de famintos que são saciados. Uma lenta adoração inconsciente e ainda gentílica, começava a envolver Onofre, saída ardentemente daqueles corações simples – que não diferençavam bem o Deus Novo do velho Solitário que o revelava. Quando ele atravessava os bosques, ou os atalhos