dos berços, batia o pé impaciente cada manhã que lá entrava, e dizia, franzindo a venta: <(Mas aqui cheira a jasmim! Mas aqui cheira a rosa!» Mais de uma vez também sucedera que, apagando-se a lâmpada, o quarto continuara alumiado, de uma luz translúcida, vaga, láctea, que era mais ténue junto dos altos muros, mais viva, e como irradiada, em torno do berço: a ama, sentada, erguia o cortinado e encontrava o menino a sorrir no seu sono: – e se então visitava os seus cueirozinhos, mais se assombrava não os reconhecendo como os do rico enxoval, mas diferentes, de um linho mais fino que todos os linhos, alvos como outra alvura não havia, e tão doces e macios à mão, que o seu contacto tinha a doçura de um beijo. O bom Senhor D. Rui ouvia estas maravilhas – e grossas lágrimas de gosto rolavam na sua barba ruiva.
As pombas, que tinham o seu pombal na velha torre de atalaia, começaram então a vir todas as manhãs, em bando, pousar sobre o rebordo da janela do menino: – e mesmo, se encontravam as portas abertas, algumas mais ousadas, por serem mais brancas, voavam em torno do seu berço, de um voo subtil e sem rumor. Gil seguia-as com os seus grandes olhos, ou atirava a mão para as apanhar: – e se tocava em alguma que pousasse nas grades do berço, essa tomava logo o voo, triunfantemente,