Voltou ainda uma manhã à serra com falcões e lebréus. Mas nenhuma seta saiu da sua aljava de couro suspensa do arção da sela; todo o caminho os monteiros, retesando as trelas, contiveram os cães, que latiam desesperadamente: e debalde os falcões, retidos pelos laços de couro, batiam as asas impacientes sobre o braço dos falcoeiros. Nem animal nos cerrados, nem ave no ar foi molestada. Gil galopava contente, respirando os ares ásperos e fortes da serra. Pela tarde, cansado, dormiu à sombra de um roble. E quando recolheu, na doçura da tarde, de todos os lados do caminho, dos cerrados e das tocas saíam animais, que o espreitavam, e seguiam mesmo algum tempo, confiados e alegres: dois pavões, de repente, quando ele passava, desdobraram as suas caudas como para o festejar; uma cobra enorme, que atrancava o caminho, desenroscou-se para ele passar; muito tempo, um bando de rolas brancas, voou a seu lado serenamente. E, quando ele entrou no pátio do solar, todos os galos cantaram.
Desde esse dia não voltou a sair com falcões e lebréus. Mas ganhara o amor das longas galopadas nas serras – e, todas as manhãs, no seu ginete aragonês, levando apenas uma espada, transpunha a ponte levadiça, penetrava nas terras. Sob o sol, sob a chuva, todo o dia caminhava, ora galopando nas planícies, ora a