sentia quente e como nua, através do surrão: e assim, iam calados, ao comprido da água murmurosa, para se sentarem mais longe, noutra relva, à sombra de outro arvoredo.
Mas pouco a pouco a tarde caía. Ela de novo apanhava a sua roca, chamava o rafeiro. Gil murmurava: «Ainda não!» E quando por fim, tendo infinitamente repetido «Adeus, Deus te leve», Solena subia o outeiro, com as suas ovelhas atrás, ele ficava ainda revendo os lugares onde tinham pisado a relva, a água em que ela mergulhara os pés, todo aquele arvoredo, por onde se evolara o seu canto. Depois, montando com um grande suspiro, recolhia sob a doçura da tarde, sentindo também na sua alma a tristeza de um escurecer.
Um dia, chegando junto do ribeiro, e tendo tocado a sua buzina, não ouviu ladrar o rafeiro nem Solena apareceu, com as suas ovelhas atrás. Impaciente, correu ao cimo do outeiro – e, até onde os seus olhos inquietos podiam abranger, não avistou rebanho, nem pastora. Ainda esperou, errando, tristemente, junto à água, e sob as árvores. E só quando escureceu, tornou a cavalgar, recolhendo a passo, as rédeas caídas, tão triste, que um bando de ceifeiras, que passavam cantando, cessaram o seu canto, e o ficaram a olhar, compadecidas. À ceia, os seus lábios nada tocaram – e apenas Frei Múnio dera as graças, ele, beijando a