servo: – mas quando Gil lhe perguntou pela pastora e pelo rebanho, nem ele, nem o homem do burro, o souberam informar. Gil, com um grande suspiro, meteu pelo caminho de Gonfalim.
Toda a noite velou numa ansiedade mortal. Ora a supunha inconstante, esquecida dele, tendo levado para outro sítio, para a beira de algum pastor como ela, o seu rebanho, e o seu lindo cantar; ora a imaginava na granja do amo, doente, ou morta talvez, devorada pelos lobos, levada pelas águas de uma torrente.
E o seu desespero era não saber qual o amo, a granja, que ela servia, onde ele pudesse correr, e saber a verdade. A tocha de cera, que ardia a um canto, estava derretida. Já a manhã clareava. Abriu a porta, desceu ao pátio, à quinta, a espalhar a sua dor na frescura das ramagens. Um homem, que apagava uma lanterna no muro da cavalariça, correu para ele, tirando o seu gorro de pele de raposa. Gil reconheceu um Pêro Malho, falcoeiro, que desde o Natal tomara serviço no solar.
– Meu senhor! – disse o homem – a pastora porque ontem perguntáveis, no Cruzeiro, quando eu lá estava, com duas lebres às costas, guardava umas dez ovelhas e tinha um podengo amarelo?...
Gil agarrou o braço do homem: