Que havia ali, naquele círculo de colinas? Os muros do seu solar, um convento de velhos frades, uma aldeia de pobres colonos, e para além, terras bravias, matos, colinas, que o tojo vestia! Como poderia jamais ser ali o homem que desejava, o homem de grande saber, de grande acção? E quando, por um dom divino, assim se tornasse, onde havia ali uma humanidade múltipla e larga, para ele exercer a acção da sua alma? Mas para além havia outras terras, grandes remos, cidades ricas, grandes escolas, mosteiros de alto saber, e multidões inumeráveis, sobre quem uma alma forte e bem provida podia exercer uma supremacia que valesse a pena conquistar. Se ele deixasse o seu lar estreito! se ele partisse!
Um alvoroço encheu o seu coração – e quase imediatamente sentiu ao lado, entre umas fragas, uma voz moça e fresca que cantava:
Pelo mundo vou,
Onde chegarei?
E o que procuro
Onde encontrarei?
E um moço apareceu, ligeiro e magro, pobremente vestido, que trazia uma sacola de mendicante a tiracolo, um forte bordão ao ombro, e duas grandes penas de galo no seu gorro remendado.