Gil recolheu ao solar, pensativamente. Aquele moço pobre partia, sem temer as misérias do caminho, pronto a esmolar o seu pão pelos mosteiros – só para adquirir, longe, nas grandes escolas, o saber a que aspirava. E ele, rico, que poderia partir, com bolsa farta, escudeiros e bagagens, hesitava em partir, para satisfazer as justas e nobres ambições do seu espírito! Se Deus lhe pusera na alma aquele ideal elevado, era por acaso para que ele o deixasse morrer insatisfeito e inútil? Dava-lhe Deus uma luz clara, para ele alumiar os outros, e em vez de a tornar mais viva e clara, tão alto, quanto alta possa ser uma luz da Terra, ele deixaria, por timidez e enleio da vontade, que ela esmorecesse e perecesse entre as abóbadas de um velho solar? Não, decerto! E