Doze dias tinha D. Gil caminhado com o seu escudeiro Pêro Malho: – e tão fastidiosa e monótona se estendia a longa jornada, sob a ardência de Agosto, que por vezes o moço gentil dormitava como um frade, ao lento passo da sua mula, ou, acordando, suspirava com uma saudade do seu solar e dos frescos arvoredos de Gonfalim. Desde que tanto se alongara da sua aldeia, nas serras da Beira, nada encontrara que lhe fizesse sentir a beleza ou variedade do mundo.
Sempre os mesmos rudes e estreitos caminhos, escavados pelo trilho das cavalgaduras, ou dos carros, se sucediam, através de terras pobres, sem verdura e sem homens, de uma cor seca de greda, com alguma árvore poeirenta, onde as cigarras cantavam. Por vezes avistava